Review Dragon Age: Inquisition

Review Dragon Age: Inquisition

Dragon Age: Inquisition é o mais novo capítulo da famigerada franquia de RPG da BioWar, desenvolvedora canadense que também é responsável pela trilogia Mass Effect. Disponível para PlayStation 4Xbox OnePlayStation 3Xbox 360 e PC, Inquisition esteve presente no topo de nossa lista de games mais aguardados desde o seu anúncio oficial. Saiba agora o que nós achamos de um dos fortes candidatos a jogo do ano.

Dragon Age: Inquisition revela multiplayer cooperativo para 4 jogadores

Review: Dragon Age: Inquisition (Foto: Divulgação)
Review: Dragon Age: Inquisition (Foto: Divulgação)

 

 O líder da Inquisição

Dragon Age: Inquisition conta uma história que sucede os acontecimentos do segundo jogo da franquia. O cenário do continente de Thedas não é dos mais agradáveis. Em meio a relação conturbada entre templários e magos, uma enigmática explosão mágica resultou em uma estratosférica fissura imaterial, capaz de trazer demônios e outras criaturas maléficas para as regiões de Orlais e Ferelden.

O acontecimento assolou cidades e tomou a vida de milhares de pessoas. Curiosamente, o único sobrevivente foi justamente o seu personagem, que não soube como tudo aconteceu, mas foi encontrado com vida.

Ao lado de outros guerreiros, o protagonista formou a Inquisição, uma ordem que pretende lacrar todas as brechas malignas para restabelecer a paz em Thedas. Logo no início da trama, o sobrevivente e líder da Inquisição ganha uma misteriosa cicatriz na mão, cujo poder é capaz de selar portais.

A Inquisição tem a árdua tarefa de salvar a humanidade (Foto: Reprodução/Victor Teixeira)
A Inquisição tem a árdua tarefa de salvar a humanidade (Foto: Reprodução/Victor Teixeira)

No desenrolar da história, será preciso lidar com todos os acontecimentos no melhor “estilo BioWare”. Isso significa que os diálogos sempre são compostos por mais de uma resposta e, por conta disso, você pode definir o futuro da humanidade através de escolhas. As suas decisões podem interferir diretamente nas consequências da história e cabe a você definir quem deve ou não sobreviver.

A Inquisição é formada por um grupo de aliados que não necessariamente é representado por soldados. Para aumentar o grau de influência da ordem e convencer magos e templários de que ela é real, você terá que persuadir inimigos a se juntarem à causa da Inquisição.

A tarefa é árdua e será preciso correr atrás de centenas de missões para demonstrar as boas intenções de seu seleto time de heróis. Além de ter que resolver situações importantes no decorrer da jogatina, o jogador deve realizar operações de exploração através da “Mesa de Guerra” para desbloquear novas áreas e disseminar ideias.

Inquisition proporciona uma história densa e repleta de reviravoltas (Foto: Reprodução/Victor Teixeira)
Inquisition proporciona uma história densa e repleta de reviravoltas (Foto: Reprodução/Victor Teixeira)

 

Você, o seu herói e um grupo de guerreiros

Em Dragon Age: Inquisition, você pode personalizar o protagonista da maneira que bem entender, sendo possível optar por uma das quatro raças disponíveis: Humana, Anão, Elfo e, para fugir um pouco do padrão, a criatura corpulenta e chifruda, conhecida como Qunari.

O sistema de customização do jogo permite que o usuário ajuste detalhes minuciosos do protagonista, como por exemplo, marcas de expressão, tatuagens faciais e até o nível de protuberância do pomo de adão. Definitivamente você não encontrará um herói parecido com o seu por aí.

Se o seu personagem pode ser totalmente personalizado, o seu grupo de guerreiros também pode. Assim como nos outros games da série, Inquisition deixa o jogador livre para selecionar os combatentes que quiser. Cada coadjuvante conta com características exclusivas de batalha e a sua seleção depende unicamente do tipo de estratégia adotada.

É possível personalizar o protagonista da maneira que você quiser (Foto: Reprodução/Victor Teixeira)
É possível personalizar o protagonista da maneira que você quiser (Foto: Reprodução/Victor Teixeira)

Logo no início da jornada, Varric Tethras, o habilidoso ladrão de Dragon Age 2, está de volta com suas técnicas de arqueiro. Além dele, outros personagens marcantes podem compor o seu esquadrão, como Cassandra Pentaghast, uma nobre e impetuosa guerreira, além de outros sete habilidosos especialistas em combates.

Perdido em Thedas, literalmente

Dragon Age: Inquisition possui um dos mundos mais imersivos entre todos os RPGs atuais. O game começa morno, com poucas atividades e um tutorial bem linear para seguir. Entretanto, assim que você é liberado para explorar Thedas, inúmeras atividades vão surgir para deixá-lo completamente perdido e, é claro, ocupado.

Sentir-se perdido em Inquisition é um ponto extremamente positivo, visto que você sempre terá tarefas de todos os tipos para cumprir. Como de praxe, o título também vai induzi-lo a caçar monstros, dragões e soldados rivais, já que subir de nível é uma necessidade. O jogador menos familiarizado com a franquia vai ter uma certa dificuldade para absorver o robusto pacote de informações que o mundo de Dragon Age oferece.

Dragon Age: Inquisition é um dos RPGs mais completos dos últimos tempos (Foto: Reprodução/Victor Teixeira)
Dragon Age: Inquisition é um dos RPGs mais completos dos últimos tempos (Foto: Reprodução/Victor Teixeira)

Todos os lugares são atolados com anotações, trechos extraídos de livros e histórias folclóricas com segredos inusitados. Inclusive, a EA, distribuidora do título, fez questão de trazer um belo trabalho de localização para português, com legendas bem fiéis ao material original.

Os gamers recém-chegados também podem se assustar com o profundo sistema de upgrades de armamentos, armaduras e habilidades. Há uma enorme variedade de itens, acessórios e suprimentos essenciais que são capazes de gerar novos equipamentos.

Os cenários são recheados de plantas, componentes, baús, anotações e itens valiosos. A quantidade exorbitante de missões secundárias e artigos colecionáveis só demonstra que o game ainda carrega o rótulo de RPG “old-school”.

O game é maior do que aparenta ser (Foto: Reprodução/ Victor Teixeira)
O game é maior do que aparenta ser (Foto: Reprodução/ Victor Teixeira)

Diferentemente de grande parte dos jogos de mundo aberto, Inquisition é dividido em zonas. Porém, muitas delas são grandes o suficiente para esgotar o seu tempo livre. Pois é, acredite se quiser, Dragon Age é muio maior do que aparenta ser.

Combate para todos os gostos

Em termos de gameplay, o novo jogo conta com o combate mais dinâmico da franquia até então. O recurso de travar a mira nos inimigos é bem útil em batalhas custosas, mesmo que seja impreciso em certas ocasiões – assim como a desorientada câmera que sempre vai deixá-lo na mão durante confrontos em ambientes fechados. No geral, a dinâmica funciona muito bem, bastando segurar botões (ou teclas, caso você esteja jogando no PC) para executar ataques básicos e skills especiais.

Além das ações já conhecidas dos fãs, agora o seu personagem é capaz de pular para alcançar áreas de difícil acesso. Um dos aspectos mais legais de Dragon Age é que você realmente terá que descobrir uma forma de chegar a determinado ponto específico do mapa, dado que muitos terrenos são irregulares, quase que inalcançáveis.

O combate está mais rápido e dinâmico (Foto: Reprodução/Victor Teixeira)
O combate está mais rápido e dinâmico (Foto: Reprodução/Victor Teixeira)

Em qualquer momento de um embate, você pode recorrer à árvore de ações. Através dela, é possível ordenar em tempo real todas as táticas pré-definidas para a sua equipe de guerreiros.

Dragon Age: Inquisition também oferece algumas mecânicas que lembram bastante os clássicos jogos de RPG de tabuleiro. No melhor estilo Dungeons & Dragons, o jogador pode alterar a perspectiva para uma visão aérea bastante semelhante a dos populares MOBAs.

A perspectiva mais estratégica permite que o jogador conduza as ações dos personagens através de turnos gerenciados por um único botão. A visão de tabuleiro não é obrigatória nos modos mais fáceis do game, mas se torna uma ferramenta imprescindível para os níveis elevados – especialmente pelo recurso de parar o tempo.

Dragon Age: Inquisition (Foto: Divulgação)Dragon Age: Inquisition (Foto: Divulgação)

 

Multiplayer cooperativo

O game também conta com um modo multiplayer. O co-op foi concebido para suportar até quatro jogadores, que podem angariar tesouros e encarar hordas de inimigos em estágios gerados randomicamente.

A dinâmica não é nada inovadora e passa bem longe da experiência da campanha, é verdade, mas não deixa de ser divertida. É válido ressaltar que no co-op não é possível usar o mesmo personagem da história principal, o que pode acabar desestimulando alguns players.

Jogue o multiplayer ao lado de três amigos (Foto: Divulgação)
Jogue o multiplayer ao lado de três amigos (Foto: Divulgação)

Conforme você progredir ao lado dos amigos, serão entregues recompensas que variam entre armas melhores, baús e moedas de ouro. Assim como na campanha, os pontos de habilidade conquistados no decorrer da jogatina podem ser usados para aprimorar skills específicas de seu combatente.

 Uma aventura épica e inesquecível

A exploração de Inquisition se torna muito mais prazerosa graças aos belíssimos cenários. Os ambientes foram minuciosamente pensados para prender o jogador ao fantasioso universo repleto de segredos, personagens marcantes e atividades. A quantidade de detalhes dos ambientes impressiona e tudo parece vivo e real.

Os efeitos de iluminação merecem ser aplaudidos de pé, assim como o trabalho de arte da BioWare, que conseguiu criar regiões diversificadas e que transbordam detalhes. Durante as batalhas,os poderes especiais iluminam florestas, pântanos, praias e lagos com cores vibrantes e chamativas. Em certos momentos, fica até difícil distinguir o próprio personagem, tamanha quantidade de efeitos e luzes saltando na tela.

Uma aventura épica e inesquecível (Foto: Reprodução/ Victor Teixeira)
Uma aventura épica e inesquecível (Foto: Reprodução/ Victor Teixeira)

Assim como qualquer outro título de mundo aberto, Dragon Age também está munido de bugs. Durante o nosso período de testes, perdemos as contas de quantas vezes o nosso Inquisitor subiu no ar, ao invés de montar em seu cavalo, por exemplo. Ainda que as falhas estejam explícitas, elas certamente serão corrigidas em uma atualização.

Musicalmente falando, Dragon Age pode até ser equiparado a obras cinematográficas. As músicas orquestradas e cheias de sentimento parecem até ter saído de um dos filmes baseados nos contos de Tolkien. Sem dúvida, a trilha sonora contribui para intensificar o tom épico da jornada.

Conclusão

Dragon Age: Inquisition é um dos RPGs mais completos dos últimos tempos e um forte candidato a jogo do ano. A autêntica jornada da Inquisição pode ser excessivamente imersiva para quem procura uma experiência mais rasa e acessível. Porém, é uma aventura obrigatória para o jogador que pretende gastar centenas de horas em um game denso, viciante e rico em termos de conteúdo.